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terça-feira, setembro 28, 2004

Salvo do meio de um poema 

Husbands are indeed an irritating form of life,
And yet through some quirk of Providence most of them are really very deeply ensconced in the affection of their wife.

Ogden Nash


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Agências 

Agora a moda é criar agências.
Porquê? Qual a diferença para com os Institutos? E para com as empresas públicas? E para com as entidades públicas empresariais? E para com as fundações?

E porque é que os serviços internos dos ministérios respectivos são (considerados) incapazes para responder às suas missões e há necessidade de criar entidades à parte? E nada parece estranho?


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Olha o Senhor de Matosinhos, esquecido em draft 

Estive Sábado a olhar para o céu, encostado à barraca das sardinhas, os amigos do lado de lá do alumínio, segurando-me à janela, guardando-me as costas, sentindo o seu calor.
Quis ver mais, procurei esticar-me, isolar o olhar do enorme buliço de baixo, para o concentrar no buliço de cima.
O fogo de artifício estoirava, círculos concêntricos tornando tridimensionais as bolas de fogo, que normalmente apenas se desenhavam como riscos contra o negro do quadro. Parecem avançar sobre mim, mais e mais.
Ouço Jean Michel Jarre, Vangelis, as colunas fazem-me ribombar os pulmões. Vejo em sincronia os riscos, as centelhas, as faíscas, começam aqui, cruzam ali, nascem e morrem em segundos, sucedem-se no nevoeiro de cheiro a pólvora que cresce. São truques simples, ilusionismos sem surpresa, uma festa de aldeia tornada grande na aldeia grande.
E, no entanto, quando lanço o olhar para cima, apenas sentindo a multidão em frente e o conforto dos amigos logo atrás, fechando-me sobre as luzes lançadas só para mim, ao som da música, à minha barriga cheia de sardinha e vinho verde, ao meu coração cheio de amigos, junta-se um momento de felicidade na alma, não completo, mas apesar de tudo perfeito.
Deve ser também por isso que cada vez gosto mais de fogo de artifício.

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A vila 

Os diálogos, melhor, os modos de falar são interessantes, de anacrónicos.
A reviravolta final para mim foi uma surpresa, apesar da caminhada da cega pela floresta me ter levantado a “suspension of disbelief”. Mas devia ter desconfiado, quando começaram a multiplicar-se os exemplos de parentes baleados.
Interessante como a floresta tem um aspecto tão diferente, antes e depois de se saber a história.

Temos de ser presos, isolados uns dos outros e enganados, para ser bons? Isso é Rousseau?
É preciso sairmos da cidade, dos problemas, dos números, para construir algo de puro numa pequena aldeia?

É o realizador quem aparece, quase no fim e à la Hitchcock, reflectido no vidro do armário dos medicamentos?


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Livros 

James Joyce, Gente de Dublin

Histórias maioritariamente tristes de pessoas simples, sozinhas na cidade


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Cabelos ao vento 

No início, um automóvel não tinha capota.
Havia vento, muito pó, sol e chuva à descrição do criador do tempo.

Imagino que a chegada da opção da capota tenha sido acolhida como um desenvolvimento, um luxo para os ricos mais ricos.

Interessante que agora menos volte a ser mais, a diferença está em poder não ter capota, o luxo está em ter um cabriolet.


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I have a dream 

“We refuse to believe that the bank of justice is bankrupt”

“In the process of gaining our rightful place, we must not be guilty of wrongful deeds”

Martin Luther King, Jr., Lincoln Memorial, Washington, 28 August 1963


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terça-feira, setembro 21, 2004

Em curso 

A revolta europeia contra Bush e contra os americanos quer esquecer que, mau grado os nossos maus fígados, as pessoas se parecem rever na Fox (por isso a ligam, não é?) e o Kerry não consegue demonstrar aquilo que nos parece tão evidente, isto é, que o presidente é um nabo (se o fizesse, os americanos também o pensariam, certo?).

Lembra-me o que se disse do Gore, que só ele poderia ter perdido aquela eleição. Não sei se é verdade, mas o facto insofismável é que a perdeu.
Ou melhor, perfeitamente sofismável, uma vez que a ganhou.
Ou perdeu. Ou perdeu e ganhou. Bem, isso tudo.

Por outro lado, poderá dar-se o caso de haver recurso a golpes baixos e tácticas estupidificantes, algo a que os democratas (o que nos reconforta enquanto seus apoiantes longínquos), estariam menos dispostos a fazer, colocando-se em desvantagem.
Provavelmente isto é só meia verdade mas mesmo que fosse inteiramente, resta um problema.

As pessoas sabem disso (ou se não sabem, é culpa dos democratas que não o saibam) e preferem o incumbente, mesmo que seja o porta-voz de um grupo de sacanas (mais sacanas do que os outros).

Quoi faire? Acima de tudo, não cair naquele erro delicioso de considerar que é preciso proteger o povo de si mesmo, levando-o pelas mãos da elite iluminada.
Não porque não seja verdade ou porque não aconteça: as pessoas, eu à frente, não sabem o que querem ou o que é melhor para elas; e os poderes de facto levam-as à frente ou de rojo, em todas as sociedades, mesmo nas mais democráticas.
Apenas pode ser bem mais perigoso julgar poder fazê-lo com uma qualquer agenda, presumida (e) boa.



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Robot sou eu 

Não gostei do filme, pareceu-me mal realizado, cheio de pequenas quebras na fluidez e de fraquinhas, fraquinhas tentativas de humor. A míuda é gira, não obstante.

Fiquei ainda a pensar que algum cinema transmite, na verdade, uma legitimação do uso da violência para resolver problemas que parece muito própria da sociedade norte-americana. Numa cena ou noutra foi não intencionalmente caricatural o uso das armas (que normalmente recomendaria sem hesitações em qualquer filme de acção, mas a que tenho de levantar reservas neste caso).


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Código 

Policial rápido, escrito com todos os truques de suspense de Hollywood, inclusivé com as reviravoltas mais ou menos exigidas e previstas do final.
Não há aqui presunção de desdém, é bom de ler e pega nos mistérios que nos fazem bater o coração: como alcançar algo de único e imensamente rico, sozinho; como ser iniciado nos segredos e perceber o que se passa atrás da cortina. Parece muito melhor descobrir o que faz o Priorado se ele se reunir em festas luxuosas de gente imensamente poderosa, à la Eyes wide shut, do que se forem um encontro de pedreiros a discutir como melhor talhar uma cunha num arco ou como melhor prestar culto à deusa-mãe.
Falhei de perceber parte da motivação que estaria por detrás do interesse tremendo da igreja em abafar todo aquele segredo da família de Cristo.

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segunda-feira, setembro 20, 2004

Back to town 

Perdidas todas as ilusões quanto a actualizar o blog em férias (os preços das ligações wireless são astronómicos e a vontade de dormir ao sol é forte), regressa-se. Devagar era preferível, mas teve de ser mesmo à força.

Lidos os Códigos da Vinci, o normal e o descodificado (pela ordem contrária), relidas As Bacantes, lá do Eurípides, algumas revistas e, acredite-se, parte de um documento do Departamento de Prospectiva do Ministério das Finanças. Não, não neguem à partida essa ciência que desconhecem, há lá boa gente, sei-o de fonte segura. Pelo menos, eu próprio acho que sou fonte segura.

Li hoje 1 bilião de emails e tive uma reunião de 17 horas, de modo que amanhã falamos, ok?


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sexta-feira, setembro 03, 2004

Férias 

Vou procurar actualizar este belo blog em férias ou, pelo menos, ir criando material (já agora, com algum interesse).


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