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segunda-feira, outubro 17, 2005

Science sans vie 

Em Maio passado, assisti a um programa magnífico da BBC acerca da teoria das cordas e da possível multidimensionalidade do universo /do multiverso.
Não sei reproduzir um décimo do que assisti (mesmo que o soubesse, isso não me deixaria mais perto de o compreender) mas senti-me a entrever a assinatura de Deus na obra, como Carl Sagan descreveu no 'Contacto' as sequências de 0 e 1 dentro de pi.
Obrigado portanto por aquela viagem pela beleza da linguagem última encerrada nas coisas.

Depois de ter recebido esse gosto, comprei agora uma edição especial da Science et Vie, na expectativa de saber dos últimos desenvolvimentos matemáticos que acompanham, pelo lado dos números puros, as evoluções teóricas da física. Expectativa elevada, especialmente porque se prometia discorrer sobre uma ponte entre a física quântica e a relatividade geral, um caminho para o graal dos físicos, a teoria de tudo.

Ao invés, a revista francesa atira-me com uma colagem de pequenos textos sobre a relatividade, entrecortando um corpo central confuso, cheio de metáforas que rodeiam a questão a explicar, mais do que contribuir para a tornar acessível ao leigo, pejado até ao absurdo de comentários elogiosos para com o matemático francês que mais empenho e sucesso teve em fazer avançar o campo da geometria não comutativa.

Esta edição justifica todos os clichés que retratam os franceses como chauvinistas verborrentos e vaidosos.
O tal matemático, que não deve ter culpa quase nenhuma, chama-se Connes.

Ça va pas!

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