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sexta-feira, setembro 15, 2006

Da contra-revolução 

[para http://tripnaarcada.blogspot.com/2006/09/guerrilha.html]

O bloguista vai avante e acusa as FARC e a CIA de fazerem a festa terroristo-capitalista.

É já desde o início dos tempos que as FARC combatem, estorquindo vastos apoios aos populares. Assim sobrevivem, à semelhança do que acontece com as demais instituições criminosas, capitalistas e financeiras, da Colômbia e de muitas outras partes.

As FARC são, naturalmente, uma organização terrorista: por isso os revolucionários se tentam em concordar com os seus métodos, como até jovens sensíveis se deixaram já tentar pelo belo couro negro.

Mas - dizem-nos - as FARC, como todos os inspirados exércitos de libertação nacional (que belos oximoros), não alinham nas patranhas religiosas de outros, antes querem instaurar uma sociedade sem classes ou um regime marxista (conforme o que for possível, supõe-se).
Ou seja, as FARC alinham pelas suas próprias patranhas messiânicas (sem demasiada originalidade, porque a revolução já deu mais do que dá hoje e sempre fica mais barato fotocopiar). Mas, se já Marx dizia que a religião é o ópio do povo, descobriu-se logo depois que a revolução é a respectiva cocaína (e que o ópio, afinal, é pouco mais que uma pobre heroína; a marca 'Marx', essa, foi registada recentemente como 'A maconha do povo').

As FARC são, naturalmente, um bando de canalhas sanguinários (com muito mais de 17 mil elementos), passeando pela selva a sonhar com as montanhas de Aspen, em busca de cash, títulos convertíveis, bilhetes de lotaria premiados, ouro roubado ou qualquer outro meio de ocupar uma vivenda de luxo à qual possam rapidamente mudar a fechadura.

Claro que, como todos os ditadores, governantes populares e demais canalhas sanguinários, os guerrilheiros revolucionários nunca confessam que se batem verdadeiramente por questões pessoais. Não, ao contrário do comum dos mortais que dizem defender, aqueles não lutam pelo pão do dia-a-dia. Antes - e de forma abnegada - lutam contra a exploração e miséria do povo.

Naturalmente, o mais das vezes, é a vidinha dos outros que os revolucionários dão pela revolução. O mais das vezes, os outros não querem que a sua vidinha seja dada pela revolução. Na verdade, o mais das vezes, os outros não querem a revolução.
Porque o mais dos outros sabe que a revolução é, o mais das vezes, uma troca de canalhas sanguinários, de bocas grandes, transbordantes.

Na verdade, os revolucionários não são do Belenenses, do Gil Vicente, do Madaíl ou do Valentim. Não, os revolucionários são o Belenenses, o Gil Vicente, o Madaíl e o Valentim, lançando boatos, intrigas e mexericos por quererem ser grandes burgueses.

Todos esses revolucionários profissionais (que categoria deliciosa, merecedora de imediato registo no código oficial das profissões), por oposição aos amadores, só querem saber de media e fotografias; constroem as suas novelas com violência sobre os outros, frustam bloguistas e demais cidadãos, a quem colhem a popularidade e as vidas.

Bush e Bin Laden, apesar deste bem pior que o primeiro, são revolucionários da pior espécie (i.e., canalhas sanguinários) e, como os demais do grupo, gostavam era de ser o Bechkam e de saltar na Spice. Mas, enquanto só aparecem nas notícias de cinco linhas dos jornais, continuam a encher as mãos de sangue, tentando ocupar mais tempo na Tv.

Pois; o papel dos revolucionários, tal como os conhecemos, têm sido o de destruir a revolução.
Os revolucionários juntam-se à grande mesa (dos canalhas sanguinários), bebem copos com todos os ditadores, pensam na próxima mansão a ocupar em nome do povo e nas poucas vidinhas deste que custaria melhorar o mundo (o que se resumiria, naturalmente, a tê-los como substitutos dos anteriores canalhas sanguinários).

Mas, como um dia é da caça e o outro do caçador, partilham todos ainda mais um whisky roubado e, vestidos só com lingerie feminina de mau gosto, saúdam a p*** da revolução, unidos em doce centrão.

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