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sábado, março 10, 2007

Olá 

Havia um reclame da Olá que mostrava um grupo de jovens a correr na praia, a saltar por uma duna sob o sol, em direcção ao mar.
Sorrisos, risos, gargalhadas, juventude, amizade, felicidade. E mais ainda.
Todo o resumo do que pagaríamos alegremente para ter na vida, quanto mais num gelado.

Lembro-me de comentar como tudo isso era falso, um momento fabricado, uma emoção artificial, no sentido em que não poderia existir no mundo real, válida apenas como metáfora.

Como o momento do Rocky em que o homem acaba de subir as escadas do museu em Philadelphia e a câmara o olha, de plano baixo, ele de braços erguidos, num círculo completo.

A alegria de ter chegado ao fim do esforço, da escalada, existe.
Mas a emoção como descrita no filme, não. É o produto do que só a câmara pode fazer, do círculo que ela fecha e que onde encerra também esse sentimento, prendendo-o ao écran, fora da vida.

Até que me disseram que não.
Que aquele momento Olá existe. Que a emoção de correr livre pela praia, apenas entre amigos e gargalhadas, existe. Esteve lá para ser vivida; houve quem a vivesse.

Simplesmente, houve quem ficasse de fora. Por mau actor.

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