domingo, outubro 26, 2008
Bolha
Vivi 15 anos à guarda de algo com que me abençoaram. Ou que reforcei de uma potência; ou que criei do nada; ou todos os anteriores.
Vivi com uma bolha de protecção, para usar o meu termo técnico.
E acrescento que funcionou, numa quase perfeição, alimentando, colhendo e protegendo rasgos de felicidade.
Até que agora a perdi, a furei, destruída por fora por lhe ter sido corrompida a fundação, a estrutura física.
Mas a minha bolha de protecção não foi apenas perfurada: implodiu.
Colapsou, concentrou-se, finalmente inverteu a polaridade, transmutando-se numa pequena massa de diferente matéria.
Numa esponja, numa terrível esponja que absorve e recolhe tristeza.
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Vivi com uma bolha de protecção, para usar o meu termo técnico.
E acrescento que funcionou, numa quase perfeição, alimentando, colhendo e protegendo rasgos de felicidade.
Até que agora a perdi, a furei, destruída por fora por lhe ter sido corrompida a fundação, a estrutura física.
Mas a minha bolha de protecção não foi apenas perfurada: implodiu.
Colapsou, concentrou-se, finalmente inverteu a polaridade, transmutando-se numa pequena massa de diferente matéria.
Numa esponja, numa terrível esponja que absorve e recolhe tristeza.