quarta-feira, dezembro 10, 2008
Pois
http://abrupto.blogspot.com/2008/12/o-abrupto-feito-pelos-seus-leitores-o.html
Estes dados são mais uma sirene, um alarme de fontes independentes para ouvidos quase surdos, ora porque estamos cansados e preferimos ignorar desgraças profundas que custa enfrentar, ora porque já tememos os gestos intempestivos, atabalhoados, inconsequentes que parecem ser a nossa única outra forma de reacção colectiva...
Mas postos como o estão, não levarão a que se pense que as descidas ou subidas apresentadas aconteceram por obra e graça do actual governo?
Feliz ou infelizmente - consoante pesam os dias e o cinismo de cada um -, a verdade é que a evolução de qualquer das variáveis depende muito menos da actuação de um particular governo de 4 anos do que qualquer político gostaria de admitir... Ser-nos-á mesmo possível pensar - e agir e votar em conformidade - com um horizonte mais longínquo em mente? Para dar fundamento, consistência, sustentabilidade a políticas-mestras, para actuar com perseverança e paciência contra inércias e movimentos velhos de gerações, alguns dos que nos foram moldando como nação e definindo a nossa imagem externa?
Seria ir contra o sentimento que paira no ar de que vimos construindo castelos de cartas, uma realidade inteira suspensa em arames, e que, mais dia, menos dia, a derrocada inevitável vai chegar (e assim nos justificamos tantos egoísmos de curto prazo...).
Talvez este nosso mundo não acabe com um bang, com uma qualquer bancarrota em fogo-de-artifício na praça mundial. Mas pode ser que se esvaneça no tal lamento lento: mais e mais empregos a passar para Espanha e além, mais jovens a partir para eles, mais restos a ser deixados para trás... Como todos os Natais, entrevistados os comerciantes das baixas citadinas, perguntar-se-á: que tal as vendas? E a resposta invariável, vai continuar a reflectir-nos, e a ser talvez mais e mais verdadeira: pior este ano que no anterior...
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Estes dados são mais uma sirene, um alarme de fontes independentes para ouvidos quase surdos, ora porque estamos cansados e preferimos ignorar desgraças profundas que custa enfrentar, ora porque já tememos os gestos intempestivos, atabalhoados, inconsequentes que parecem ser a nossa única outra forma de reacção colectiva...
Mas postos como o estão, não levarão a que se pense que as descidas ou subidas apresentadas aconteceram por obra e graça do actual governo?
Feliz ou infelizmente - consoante pesam os dias e o cinismo de cada um -, a verdade é que a evolução de qualquer das variáveis depende muito menos da actuação de um particular governo de 4 anos do que qualquer político gostaria de admitir... Ser-nos-á mesmo possível pensar - e agir e votar em conformidade - com um horizonte mais longínquo em mente? Para dar fundamento, consistência, sustentabilidade a políticas-mestras, para actuar com perseverança e paciência contra inércias e movimentos velhos de gerações, alguns dos que nos foram moldando como nação e definindo a nossa imagem externa?
Seria ir contra o sentimento que paira no ar de que vimos construindo castelos de cartas, uma realidade inteira suspensa em arames, e que, mais dia, menos dia, a derrocada inevitável vai chegar (e assim nos justificamos tantos egoísmos de curto prazo...).
Talvez este nosso mundo não acabe com um bang, com uma qualquer bancarrota em fogo-de-artifício na praça mundial. Mas pode ser que se esvaneça no tal lamento lento: mais e mais empregos a passar para Espanha e além, mais jovens a partir para eles, mais restos a ser deixados para trás... Como todos os Natais, entrevistados os comerciantes das baixas citadinas, perguntar-se-á: que tal as vendas? E a resposta invariável, vai continuar a reflectir-nos, e a ser talvez mais e mais verdadeira: pior este ano que no anterior...
