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sexta-feira, abril 17, 2009

Cenas europeias 

http://sorumbatico.blogspot.com/2009/04/o-tratado-de-lisboa-e-o-referendo.html

Este texto é um conjunto de generalizações gratuitas e sem fundamento, uma decepção.
As instituições da EU não são irresponsáveis, burocráticas e corruptas. Ou não o são mais do que as nacionais. Na verdade, pode argumentar-se que o são bem menos.
Não sendo, seguramente, perfeitas, não se opõem à pluralidade de pensamento; pelo contrário, são muitas vezes as suas defensoras ad nauseam (motivando então queixas de inoperância, lentidão e desperdício…).
Bem para além da distribuição de fundos, contribuíram, a anos-luz do que fez qualquer dos governos portugueses, para saltos de gigante no desenvolvimento e protecção do ambiente, saúde pública, segurança no trabalho, reciclagem, direitos dos consumidores, participação das ONG nos processos de decisão, tolerância, defesa das minorias e inclusão social; para não falar em critérios de rigor, transparência e accountability, áreas nas quais os portugueses raramente ganharam renome.
É sempre possível encontrar motivos de ridículo; mas se o preço a pagar por estes atalhos de progresso é não termos colheres de pau e galheteiros nos restaurantes (essas graves perdas para a identidade nacional…), talvez o negócio não nos tenha sido assim tão desvantajoso…
O facto de nos debatermos actualmente com a necessidade de rever os mecanismos de controlo democrático (que, lembre-se, são definidos pelos governos nacionais e não por qualquer Frankenstein escondido em Bruxelas), agravado pela desrespeitosa condução dos referendos, nada obsta ao anterior.
Em muitas áreas (sem ingenuidade ou provincianismo), quem nos dera ser ainda menos diferentes dos nossos vizinhos; toda a ajuda para tal, incluindo a das instituições europeias, deveria ser bem vinda. Sem qualquer contradição, essa seria uma mais eficiente forma de contribuir para que todos possamos continuar a pensar e ser de forma diversa.

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