segunda-feira, abril 26, 2004
Of cat and men
A gata olha para a planta, como se sentisse que está também viva, como se a sentisse e visse crescer.
Há pouco ainda, a planta não estava lá, naquele canto daquele país, dos poucos que faz o mundo sem mar daquelas doces criaturas felinas.
Talvez por isso, por ser um novo marco, e o primeiro vivo, o interesse é tanto. Parece ser algo diferente, aquele fascínio calmo, uma contemplação ponderada, um foco de meditar.
Olha, e olha, e olha, inclina a cabeça; às vezes estica a pata num cumprimento.
Um pouco atrás, na mesma admiração, olho, e olho, e olho, inclino a cabeça, e estico a minha alma para abraçar aquele pequeno ser.
sexta-feira, abril 23, 2004
Arthur, Dux Bellorum
Arthur: the name is probably derived name from the Gaelic "ard", "an eminent person"; literally, "high, lofty exalted, noble eminent, excellent, proud".
Others suggest it is derived from the Celtic "Artu" or "Artos", a bear, strong as a bear, or the Irish "art", a stone.
There seems to have been a Roman gens named Artorius and Tacitus mentions an Artoria Flacilla, and Juvenal an Artorius.
The earliest recorded example of the name Arthur in British records occurs as Arturius in Adomnan's "Life of Columba", written in the 7th century AD, where it is the name of a 6th century prince of the Scots, Arturius, who was the son of Aidan. Aidan was a king of the Scots from 574 AD.
Centuries later the name Arthur is spelled Artuir in the "Annals of Tighernac", compiled in the 11th century from earlier records.
Artor and Artur are the names of tenants found in the Doomsday Book (1086 AD).
In the 13th century and thereafter, it is usually Artur(us), until the 16th century, when Arthur and Arther are usual.
Arthur
The purposes are serious, the society is less so.
http://www.geol.ucsb.edu/faculty/sylvester/NORSK%20TEPHRA%20FORENING/arthur_society.html
quarta-feira, abril 21, 2004
Winds of America
"Mother's day is coming up": the right wing not-lie of the day.
Al Franken
terça-feira, abril 20, 2004
Just flip a coin
Ainda bem que 99% das decisões que 99% das pessoas toma não é muito ponderada.
Se não, nada se fazia.
sexta-feira, abril 16, 2004
Bomba verde
A minha receita de sopa.
Saudável e saborosa.
Ênfase no saudável.
Uma couve
Várias cenouras
Uma ou duas cebolas
Feijão (convém começar a cozê-lo um bocado antes)
6 mãos-Artur de sal (quantidade de sal grosso que fica entre as pontas dos dedos da minha mão direita quando os junto dentro do saleiro)
Água
Acho que ainda falta incluir um vegetal verde de que não me recordo o nome. Não é muito relevante, a sério. A ideia central é pegar num monte de coisas verdes saudáveis, cortá-las aos pedaços, cozê-las e passá-las pela varinha mágica (que delícia de expressão, da era pré-Harry Potter).
Depois, deixar arrefecer e colocar num recipiente no frigorífico, de onde sairá, em equilibradas porções, directa para o micro-ondas.
Sugiro, como toque final não despiciendo, a adição de uma salsicha de peru, cortada, perdão, fatiada em generosas rodelas, antes da operação de aquecimento.
Menos ênfase no saudável mas o acrescento de prazer que se impõe.
quarta-feira, abril 14, 2004
Portugal the great
Este país é um milagre.
A sério, não falo com arrogância ou sobranceria, também eu faço este país assim todos os dias.
Simplesmente, parece impossível que (se) sobreviva no dia-a-dia, a mais um dia.
A única explicação é nos outros locais a situação não ser muito melhor.
É preciso explicar?
É, é preciso.
É possível? Não sei.
terça-feira, abril 13, 2004
Pan-pan-pundit
Pandit (or pundit) is a Hindu Brahmin who has memorized a substantial portion of the Vedas. The word "pundit" has been assimilated, into English, as a reference to someone who is very knowledgeable; most commonly, this term is used, as a term of disparagement, to refer to someone who has memorized a substantial quantity of political slogans.
segunda-feira, abril 12, 2004
Latest title declassification
Acontecimentos recentes levam-me a alterar a política de sigilo relativa às origens do nome do blog.
Pois bem, o nome é uma menção aos imperadores Antoninos, os últimos de um período de cem anos, de Nerva a Marco Aurélio, em que o governo do mundo à altura conhecido esteve dedicado unicamente à causa pública, à melhoria do bem-estar dos povos.
Em quase 2000 anos de império, da vitória sobre os Etruscos à queda de Constantinopla frente a Maomé II, houve escravatura, controlo militar do poder, despotismo, submissão dos destinos de milhões às mãos de poucos (ou um) homens, à mercê dos seus devaneios e influências mais perversas; houve jogos de sangue, delapidação dos dinheiros públicos no luxo, mortandades e conquistas motivadas pela ganância; houve, em espelho, no declínio, compras ignóbeis de paz e de tempo aos bárbaros, num refulgir de contradições internas.
Mas é a república romana, mesmo quando já menos república, que constrói e consolida as bases da (nossa) civilização: primado e universalidade da lei, independência do poder judicial, controlo (suave) do executivo pelo Senado, eleição entre os pares para os cargos políticos, construção laboriosa de uma máquina administrativa organizada e disciplinada, capaz mesmo de sobreviver aos imperadores; liberdade política e religiosa, tolerância e partilha de costumes entre povos, aproximação à igualdade dos sexos, esperança real de ascensão social para qualquer cidadão romano, independentemente da sua origem; promoção da cultura, mecenato das artes, recompensa do trabalho, do mérito e da dedicação ao bem público.
quinta-feira, abril 08, 2004
Radio Free America
Radio America em http://cc.liquidviewer.com/radio/standard/radioplayer.php?UID=4#
As ideias dos democratas entregues no embrulho dos republicanos.
Será verdade que os democratas correm o risco de ficar mais radicais, panfletários e intolerantes, ao usarem os veículos e, acima de tudo, o tom, dos evangélicos empedernidos da direita?
Fica-se igual ao opositor por usar as mesmas tácticas que ele? Ou é essa a maneira correcta de lidar com o assunto, nivelando a arena do debate?
Faz-me lembrar o debate sobre o combate ao terrorismo, pese embora as diferenças óbvias (a direita radical ainda se pode revelar muito mais perigosa).
quarta-feira, abril 07, 2004
Cry tax payer, cry
Sr Contribuinte, coitado do sr contribuinte...
Felizmente que não sou um, se não chorava também...
terça-feira, abril 06, 2004
Blessing or curse
Os gregos pensavam que na caixa de Pandora, depois de aberta, havia ficado a Esperança.
Não uma esperança qualquer ou, melhor, não A esperança, mas a Esperança Enganadora (Delusive Hope).
Qual seria o pior mal reservado para os homens sofrerem? O que se escapou ou a crença remanescente de que o mundo poderia ser diferente?
Mas a verdade é que diziam também que foi essa mesma esperança, por mais que inapropriada que pudesse estar à realidade, que impediu que a humanidade optasse por um suícidio consciente, depois de picada pelos males libertos.
Interessante também ver como está subjacente que a opção do suícidio era encarada como uma forma aceitável e lógica de responder a uma situação.
segunda-feira, abril 05, 2004
Martelos & Cia
O Professor Marcelo Rebelo de Sousa comentou ontem a notícia dos ataques aos soldados portugueses no Iraque. A dada altura, indicou ter sabido, pelas suas fontes próprias, que os soldados da GNR estavam apenas ligeiramente feridos, nas pernas.
Ora é papel dos jornalistas (dos comentadores?) obter dados relevantes das mais variadas fontes e, por vezes, descobrir tais fontes mesmo onde não é suposto que existam (daí a necessidade de não se revelar a identidade desses informadores).
Mas a ideia que perpassa daqueles comentários em directo não é a da fonte protegida que revela informação reservada, na qual se detecta um interesse público que determina a divulgação.
Parece ser algo muito mais simples (ou complexo) do que isso.
Parece o resultado de uma conversa de amigos, em que de forma ligeira e naturalmente impune se divulga informação classificada, de reserva de Estado.
Pelo menos, terá havido o decoro mínimo de esperar que as famílias dos envolvidos soubessem primeiro do estado de saúde dos soldados. Mas a própria revelação deste facto, em jeito de desculpa, parece pretender justificar o acesso e divulgação, de dados reservados.
Parece haver uma duplo uso consentido, do informador pelo comentador, do comentador pelo informador: "podes perguntar porque és quem és, posso dizer-to porque sou quem sou, podes divulgá-lo para mostrar que podes sabê-lo, o público pode sabê-lo porque nos interessa, da forma como o desejamos".
quinta-feira, abril 01, 2004
Porquê?
As imagens são de alguma forma mais chocantes do que as do 11 de Setembro. Porque não é uma mortandade à distância, sob a queda de aviões ou de edifícios.
Há a intervenção directa de pessoas, no contacto com os cadáveres, cavando um fosso cultural maior do que tudo o resto.
Mais do que pelo regojizo primal pela morte, acima de tudo repele o total desrespeito pelos mortos, o macabro brincar com os corpos, o horror da sua exposição pública.
A diferente forma de encarar essa realidade torna aqueles iraquianos menos humanos aos nossos olhos ocidentais: perpetua as difuldades de compreensão e impede a empatia.